Mãe solteira pode registrar o filho com o nome do pai ausente?
Entenda o que a lei permite, quais são os seus direitos e como agir juridicamente quando o pai não está presente no momento do registro.
No Brasil, a realidade de mães solo é cada vez mais presente. E a dúvida sobre mãe solteira registrar filho poderá surgir.
São mulheres que assumem a criação de seus filhos com coragem, mas que também enfrentam uma série de desafios, inclusive no momento do registro civil da criança.
Uma das dúvidas mais frequentes surge logo após o nascimento: é possível registrar o filho com o nome do pai, mesmo que ele não esteja presente ou se recuse a reconhecê-lo?
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Essa questão envolve aspectos emocionais, sociais e jurídicos.
E, principalmente, envolve o direito da criança à identidade e à filiação.
Neste artigo, você vai entender o que diz a legislação brasileira, quais caminhos legais existem para garantir o registro correto e como agir quando o pai é ausente.
O que diz a legislação sobre o registro do pai?
De acordo com a Lei dos Registros Públicos (Lei nº 6.015/73), o registro civil de nascimento deve ser feito, preferencialmente, por ambos os pais.
No entanto, em casos em que apenas a mãe comparece ao cartório, ela pode registrar o filho somente com seu nome, deixando em branco o campo referente ao pai, salvo se houver documento formal assinado por ele reconhecendo a paternidade.
Ou seja, a mãe não pode registrar o nome do pai sozinha se ele não estiver presente nem tiver autorizado por meio de documento com firma reconhecida.
Isso se deve à proteção da veracidade dos registros públicos — o sistema jurídico brasileiro não permite que uma parte reconheça a paternidade por outra, sem o devido processo legal.
No entanto, isso não significa que a mãe não tenha meios legais para buscar esse reconhecimento posteriormente.
O que fazer quando o pai não está presente ou se recusa a reconhecer?
Em situações de pai ausente, desconhecido, falecido ou que se recusa a reconhecer a criança, a mãe tem o direito e, muitas vezes, o dever de buscar o reconhecimento legal da paternidade.
Para isso, o caminho mais eficaz é propor uma Ação de Investigação de Paternidade.
Essa ação é prevista no ordenamento jurídico brasileiro e pode ser ajuizada pela mãe em nome do filho, mesmo sem a anuência do suposto pai.
O juiz poderá, então, determinar:
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A realização de exame de DNA (que é aceito como prova científica);
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A oitiva de testemunhas;
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A análise de outras provas documentais ou circunstanciais.
Caso o pai se recuse a fazer o exame, a Justiça pode interpretar a recusa como indício de paternidade (presunção relativa), conforme jurisprudência consolidada nos tribunais superiores, especialmente o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Consequências e direitos após o reconhecimento da paternidade
O reconhecimento da paternidade não é apenas um ato simbólico.
Ele tem efeitos práticos e jurídicos relevantes para a criança e para a mãe.
Para o filho:
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Direito ao nome completo com o sobrenome do pai;
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Acesso ao direito de herança, pensão alimentícia, plano de saúde, benefícios previdenciários, entre outros;
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Fortalecimento da identidade e pertencimento social.
Para a mãe:
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Possibilidade de dividir responsabilidades financeiras e legais com o pai;
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Maior respaldo jurídico para cobrar deveres parentais;
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Segurança jurídica na condução da criação do filho.
Importante lembrar que a filiação é um direito personalíssimo da criança.
Ela tem o direito de saber quem é seu pai biológico e ter isso refletido em seus documentos, mesmo que o pai não queira espontaneamente exercer esse papel.
O que acontece se o pai surgir depois?
Caso o pai venha a reconhecer a paternidade após o nascimento da criança e seu registro inicial, é possível solicitar a retificação da certidão de nascimento.
Isso pode ser feito no cartório, se houver concordância entre as partes, ou por via judicial, caso haja divergência.
Também é possível, nesse caso, pleitear os direitos retroativos da criança, como pensão e herança.
A Justiça considera o princípio do melhor interesse do menor, o que garante a proteção jurídica integral ao filho.
E se o pai for falecido?
Mesmo que o pai esteja falecido, a mãe pode ajuizar a ação de investigação post mortem, solicitando a realização de exame de DNA com familiares diretos, como irmãos, pais, entre outros.
Há precedentes favoráveis no Judiciário para esses casos, desde que respeitados os trâmites legais.
Além disso, o reconhecimento pode garantir à criança direito à herança e à inclusão em possíveis benefícios previdenciários, como pensão por morte, se aplicável.
Por que contar com um advogado desde o início?
Embora existam meios públicos, como a Defensoria e o Ministério Público, para auxiliar nesses processos, a atuação de um advogado especializado em Direito Civil pode ser determinante para garantir celeridade, estratégia jurídica adequada e proteção aos interesses da mãe e do filho.
O advogado é responsável por:
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Orientar sobre documentos e provas necessárias;
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Redigir a petição inicial com clareza e precisão jurídica;
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Acompanhar o processo até sua finalização, assegurando o cumprimento das decisões judiciais;
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Prevenir erros que possam atrasar ou prejudicar o caso.
Trata-se de uma demanda sensível, que exige experiência, técnica e sensibilidade jurídica.
Por isso, escolher um profissional ou escritório com atuação específica na área faz toda a diferença.
O direito do seu filho não pode esperar
Negar o nome do pai a uma criança é, na prática, negar parte de sua identidade e dos seus direitos.
Como mãe, você pode — e deve — agir juridicamente para garantir ao seu filho o que é de direito: o reconhecimento da filiação, os vínculos legais e o acesso à dignidade.
Se você enfrenta essa situação, não precisa passar por isso sozinha.
O escritório Fábio Ribeiro Advogados, sediado em Aracaju (SE), possui experiência em causas de Direito Civil e está pronto para ouvir você com responsabilidade, sigilo e acolhimento jurídico.
Portanto, entre em contato conosco para agendar uma consulta e obter orientação clara sobre o seu caso.
Seu filho merece começar a vida com todos os direitos assegurados, e você merece apoio profissional para garantir isso.
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